História de Nossa Senhora da Conceição
Trata-se de um título litúrgico, celebrado no dia 8 de dezembro, pelo qual os católicos professam a prerrogativa concedida unicamente a Nossa Senhora: Maria foi concebida sem a mancha do pecado original, e nasceu, portanto, sem o pecado original. Vale dizer: ela é toda santa, a cheia de graça, desde o momento de sua concepção.
O dogma da Imaculada Conceição de Nossa Senhora foi proclamado pelo papa Pio IX, em 1854, com a bula Ineffabilis Deus. Esta solene definição pontifícia foi resultado de um desenvolvimento da devoção popular aliada a intervenções papais e infindáveis debates teológicos. O calendário romano já incluira a festa em 1476. Contudo, no sétimo século esta celebração já existia no Oriente. Em 1570, Pio V publicou o novo Ofício e em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda cristandade. Quatro anos após a proclamação do dogma por Pio IX, Maria Santíssima apareceu a Bernadette Soubirous dizendo: “Eu sou a Imaculada Conceição”.
No Brasil existem cerca de 533 paróquias dedicadas à Virgem Imaculada. A primeira imagem chegou em uma das naus de Pedro Álvares Cabral. Os Frades Menores Franciscanos foram os propagadores dessa devoção.
O culto teve início na Bahia em 1549, quando Tomé de Souza chegou a Salvador trazendo uma escultura da santa. Ela foi a protetora de nosso país no período colonial e foi proclamada Padroeira do Império Brasileiro por Dom Pedro I. Já no despontar do século XX, com o advento da República, o título cedeu lugar a Nossa Senhora Aparecida, que é uma antiga imagem da Imaculada Conceição encontrada nas águas do rio Paraíba do Sul.
Devoção em São Luís
O primeiro altar dedicado a Nossa Senhora da Conceição, em São Luís, foi erguido pela irmandade de Nossa Senhora da Conceição dos Mulatos na lateral da Igreja de Nossa Senhora do Rosário, na Rua do Egito. Lá, foi depositada a imagem esculpida em madeira vinda de Portugal, a mesma que ainda hoje é venerada no Santuário de Nossa Senhora da Conceição, no bairro do Monte Castelo.
Somente em 1762 a santa ganhou igreja própria. Os fieis uniram-se para construir uma capela no local onde hoje fica o Edifício Caiçara, na Rua Grande. Segundo o historiador Jomar Moraes, na frente da igreja havia um pequeno largo. O fundo era voltado para a Rua de São Pantaleão e o lado direito para a Rua Grande. Em 1939 a capela foi demolida por interesses comerciais do então presidente da província. O terreno tornou-se trajeto dos bondes, instalados para modernizar o transporte da capital.
Ainda de acordo com o historiador, antes da demolição as imagens, altares e painéis de azulejos foram transferidos para a vizinha Igreja de Santana. Em busca de local para erguer a nova igreja, o padre Ribamar Carvalho, acompanhado dos fieis, conseguiu um terreno no bairro do Monte Castelo, local em que está até hoje.
A construção foi custeada pelos devotos, que se revezavam na venda de artigos religiosos e lanches, para angariar recursos. Enquanto se encaminhavam os trabalhos da obra, as missas eram rezadas em uma casa cedida naquele mesmo bairro. Em 1971, finalmente, a nova igreja foi inaugurada, tornando-se destino de fieis de todo o Maranhão, o que lhe rendeu o título de Santuário.
Este título recorda que Deus, em sua Providência, quis formar de modo extraordinário a arca que conteria seu Divino Filho, poupando-a de todo e qualquer traço de pecado. Para Deus nada é impossível.
Amemos Maria Santíssima em sua imaculada conceição, na totalidade de seu amor e entrega nas mãos de Seu Salvador. Ele, que olhou para a humildade de Sua serva, a cumulou de graças imperecíveis.
Fontes: Academia Marial do Santuário Nossa Senhora Aparecida e Pastoral da Comunicação do Santuário Nossa Senhora da Conceição
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